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Pyxis em nome de al-Mughira ou “Pyxide au nom d’al-Mughira”, (968).
Departamento Artes do Islã: 632-1000 , ala Denon.
Altura: 16 cm, diâmetro: 11,8 cm, espessura 1,8 cm.
Caixa redondo em marfim esculpido provavelmente em Medina Azara, cidade califado desaparecida em 1001, próxima a Córdoba, na Espanha.
Obra-prima cortada de um único bloco de marfim realizada na corte omíada da Espanha, realizada para o príncipe al-Mughira, filho mais novo do califa de Córdoba, (Espanha), Abderramão III, (929-961).
A caixa desdobra um ciclo de imagens (nada menos que 48 figuras, 69 contando com as da tampa), incluindo cavaleiros, uma cena do trono e uma briga de animais.
Os símbolos e emblemas do poder legítimo que aparecem nesta escultura ilustram a luta dos omíadas contra os abássidas.
O estado notável da peça permite admirar o virtuosismo da realização. Muitos detalhes gravados finamente, destacados do fundo do marfim.
O ciclo da imagem que se desenvolve no entorno do objeto, incluindo cavaleiros, uma cena do trono e uma briga de animais provavelmente apresenta um discurso político, em torno dos símbolos do poder legítimo, e ilustra a luta dos omíadas contra os abássidas.
Uma das cenas principais, a cena do trono, apresenta um personagem com um frasco, emblema do poder, no centro, um homem carrega o cetro dos Omíadas, e um terceiro, segura um leque, simbolizando sua condição subordinada.
Na 2° imagem, vemos dois homens encostados, um com o outro, segurando falcões, uma imagem da legitimidade dos omíadas.
Na 3° imagem, vemos a imagem de leões atacando touros.
Na 4° vista, vemos dois cavaleiros colhendo datas (frutas). A palmeira, símbolo do poder do califado perdido com o Oriente, é um tema conhecido da poesia omíada.
No modo beduíno da poesia árabe primitiva, os panegiristas comparam os governantes omíadas a “leões rugidores”.
O Pyxis parece ser uma mensagem para al-Mughira, pois era ele quem deveria subir ao trono para defender as cores dos omíadas contra os abássidas, após o seu irmão, Aláqueme II.
Em 976, com a morte de Alámeque II, quem subiu ao trono foi seu filho Hixaim, com 10 anos de idade. Subh, mãe e regente de Córdoba, temendo um golpe de estado de al-Mughira ordenou que fosse assassinado. Assassinato esse que abriu uma grande crise no califado omíada, levando a extinção dessa população.
Fonte: Museu do Louvre.
Fotos: Hughes Dubois
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