Galeria de Apolo no Louvre

Galeria de Apolo no Louvre

Tempo de leitura: 18 minutos

Galeria de Apolo no Louvre está localizada sobre um antigo terraço aberto da Pequena Galeria construído em 1566 por ordens do rei Carlos IX (1560-1574).

Em 1594, o rei Henrique IV (1589-1610) ordenou que esse terraço fosse fechado e construído no local uma galeria de prestígio para expor os retratos dos antigos reis, rainhas e homens ilustres da França.

Chamada na época como Galeria dos Reis tinha como objetivo principal fazer a ligação entre o Palácio do Louvre ao Palácio das Tulherias (demolido em 1871).

Galeria de Apolo no Louvre
“Grande desenho de Henrique IV, Palácio do Louvre (1600-1615)”, por L. Poisson.

Em 1652, aos 14 anos Luís XIV (1638-1715) instalou-se no Louvre. Três anos depois ordenou que seus apartamentos reais fossem reformados pelo arquiteto Louis Le Vau (1612-1670).

Em 6 de fevereiro de 1661, quando uma equipe de operários trabalhavam na Galeria dos Reis para preparação do cenário de um espetáculo de balé, um incêndio começou e destruiu completamente toda a decoração e as coleções de retratos deixadas por Henrique IV.

Luis XIV imediatamente pediu então para o arquiteto Louis Le Vau um novo projeto para as duas fachadas da galeria seguindo o estilo que seria aplicado mais tarde no Castelo de Versalhes, o Classicismo. Movimento cultural, artístico e arquitetônico, fundamentado na busca da perfeição estética, harmonia das formas, simetria e racionalidade. Obra foi realizada entre 1661 e 1663.

O projeto iconográfico do teto:

O projeto iconográfico da decoração interior da galeria foi executado pelo primeiro pintor do rei, Charles Le Brun (1619-1690), entre os anos de 1663 a 1677, onde consagrou um decoração esteticamente barroco com o emblema do Sol que o rei Luís XIV estava começando a adotar.

Neste programa decorativo do teto, Le Brun descreve a corrida do sol e sua encarnação no deus Apolo, deus da luz, da música, das artes, da beleza, poesia e do canto. Uma brilhante ilustração sobre a formação do universo, onde elementos opostos e complementares do mundo criam uma única unidade.

Os meios de comunicação para ilustrar esse projeto foram realizadas com 41 pinturas, 36 conjuntos de esculturas em estuques e 28 tapeçarias, totalizando 105 obras de artes.

Galeria de Apolo, história e segredos:

Galeria de Apolo no Louvre
Entrada Galeria de Apolo. Louvre. Foto: Mbzt.

Pinturas do teto da Galeria de Apolo:

Um programa complexo definido em três etapas:

1° Etapa – A corrida do sol nas diferentes horas do dia.

Pintura 2 – Noite: “La Nuit ou Diane” (1664 a 1667), de Charles Le Brun (1619-1690).

Pintura 3 – Entardecer: “Le Soir ou Morphée(1664 a 1667), de Charles Le Brun (1619-1690).

Pintura 6 – Sol ao meio dia: “Apollon vainqueur du serpent Python” (1850-1851), por Eugène Delacroix (1798-1821).

Pintura 7 – Amanhecer: “L’Étoile du matin ou Castor” (1781), de Antoine Renou (1731-1806).

Pintura 10 – Aurora: “L’Aurore” (1850), de Charles-Louis Muller (1815-1893).

Pintura 2 (Noite): “La Nuit ou Diane” (1664 a 1667), de Charles Le Brun (1619-1690).

Galeria de Apolo no Louvre
“La Nuit ou Diane” (1664 a 1667), de Charles Le Brun. Foto: Gérard Blot.

“A Noite ou Diana” é uma representação da deusa da lua e da caça. Irmã gêmea de Apolo. Obra finalizada por Charles Le Brun.

Pintura 3 (Entardecer): “Le Soir ou Morphée(1664 a 1667), de Charles Le Brun (1619-1690).

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“Le Soir ou Morphée” (1664 a 1667), de Charles Le Brun. Foto: A. Dequier.

“O Entardecer ou Morfeu, deus do sonho. Morfeu foi mencionado na obra Metamorfoses de Ovídio como um deus que vive numa cama feita de ébano numa caverna escura decorada com flores. Obra finalizada por Charles Le Brun.

Pintura 6 (Meio-dia): “Apollon vainqueur du serpent Python” (1850-1851), por Eugène Delacroix (1798-1821).

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“Apollon vainqueur du serpent Python” (1850-1851), por Eugène Delacroix . Foto: G. Blot.

“Apolo vencedor da serpente Píton”, de Eugène Delacroix (1798-1863) é a pintura central da Galeria de Apolo.

Charles Le Brun previu a instalação, chegou a fazer um esboço, mas com a partida do rei Luís XIV em 1681, em definitivo para o Castelo de Versalhes, a obra foi deixada de lado e um espaço vazio ficou no centro da sala até 1850.

Entre 1848 e 1851, durante as reformas da galeria pelo arquiteto Félix Duban (1797-1870), a pintura principal da sala foi totalmente realizada por Eugène Delacroix que executou e finalizou o programa iconográfico deixado por Le Brun.

Pintura 7 (Amanhecer): “L’Étoile du matin ou Castor” (1781), de Antoine Renou (1731-1806).

Galeria de Apolo no Louvre
“L’Étoile du matin ou Castor” (1781), de Antoine Renou (1731-1806 ). Foto: G. Blot.

“A Estrela da manhã ou Castor” faz parte de uma das obras inacabadas de Charles Le Brun. O pintor Antoine Renou (1741-1823) membro da Academia de Pintura instalado no Louvre, se ocupou em terminar a obra em 1781.

Pintura 10 (Aurora): “L’Aurore” (1850), de Charles-Louis Muller (1815-1893).

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“L’Aurore” (1850), de Charles-Louis Muller. Foto: G.Blot.

“A Aurora” faz parte de uma das obras inacabadas de Charles Le Brun. O pintor Charles-Louis Muller (1741-1823) finalizou a obra de Le Brun durante as reformas da galeria entre 1848-1851 pelo arquiteto Félix Duban (1797-1870).

2° Etapa – A corrida do sol em suas diferentes estações do ano, através da iconografia do zodíaco.

Pintura 4 – Primavera: “Le Printemps ou Zéphir et Flore couronnant de fleurs Cybèle”

Pintura 5 – Inverno: “L’Hiver ou Éole déchaînant les vents qui couvrent les montagnes de neige” (1775), de Jean-Jacques Lagrenée (1739-1821).

Pintura 8 – Outono: “L’Automne ou Le Triomphe de Baccus et d’Ariane” (1769), de Hugues Taraval (1729-1785).

Pintura 9 – Verão: “L’Été ou Cérès et ses compagnes implorant le soleil” (1774), de Louis-Jacques Durameau (1733-1796)

Pintura 4 (Primavera): “Le Printemps ou Zéphir et Flore couronnant de fleurs Cybèle” (1780 e 1781), de Antoine-Francois Callet (1741-1823).

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“Le Printemps ou Zéphir et Flore couronnant de fleurs Cybèle”, de Antoine-F. Callet. Foto: A. Dequier.

“A Primavera ou Zephir (deus do vento oeste) e Flora (deusa da flores) coroando com flores Cibele” (deusa da terra, da fertilidade e natureza) faz parte das obras inacabadas de Charles Le Brun. O pintor Antoine-Francois Callet (1741-1823) membro da Academia de Pintura no Louvre, se ocupou em terminar a obra entre 1780 e 1781.

Zéfir é o deus do vento oeste, da brisa suave e agradável, mensageiro da chegada da Primavera exerce um domínio sobre a Flora e a Fauna controlando as plantas e os animais.

Pintura 5 (Inverno): “L’Hiver ou Éole déchaînant les vents qui couvrent les montagnes de neige” (1775), de Jean-Jacques Lagrenée (1739-1821).

Galeria de Apolo no Louvre
“L’Hiver, ou Éole déchaînant les vents qui couvrent les montagnes de neige” (1775). Foto: G. Blot .

“O Inverno ou Éolo desencadeando os ventos que cobrem as montanhas de neve” faz parte das obras inacabadas de Charles Le Brun. O pintor Jean-Jacques Lagrenée membro da Academia de Pinturas do Louvre, completou a obra em 1775. Éolo, deus e guardião dos ventos, era também mensageiro da chegada do inverno.

Pintura 8 (Outono) – “L’Automne ou Le Triomphe de Baccus et d’Ariane” (1769), de Hugues Taraval (1729-1785).

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L’Automne ou Le Triomphe de Baccus et d’Ariane, de Hugues Taravel. Foto: G. Blot.

“O Outono ou O Triunfo de Baco e de Ariadne” faz parte de uma das obras inacabadas de Charles Le Brun. O pintor Hugues Taravel (1729-1785) membro da Academia de Pintura do Louvre, se ocupou em terminar a obra em 1769.

Pintura 9 (verão) – “L’Été ou Cérès et ses compagnes implorant le soleil” (1774), de Louis-Jacques Durameau (1733-1796).

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L’Été ou Cérès et ses compagnes implorant le soleil” (1774), de Louis-Jacques Durameau.
Foto: G. Blot.

“O Verão ou Ceres seus companheiros implorando o sol” faz parte de uma das obras inacabadas de Charles Le Brun. O pintor Louis-Jacques Durameau (1733-1796), membro da Academia de Pintura instalado no Louvre, se ocupou em terminar a obra em 1774.

3° Etapa – A corrida do sol através no espaço, com referências a terra e a água.

Pintura 1 – Terra: “Le Triomphe de la Terre ou de Cybele” (1850),de Joseph-Benoît Guichard.

Pintura 11 – Água: “Le Triophe de neptune et d’Amphitrite (1664 a 1677), de Charles Le Brun (1619-1690).

Pintura 1 (Terra) – “Le Triomphe de la Terre ou de Cybele” (1850), de Joseph-Benoît Guichard. (1806-1880).

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“Le Triomphe de la Terre ou de Cybele (1850)”, de Joseph-Benoît Guichard. Foto: A. Dequier.

“O Triunfo da Terra” ou “O Triunfo de Cibele”, desenhada por Le Brun para o extremo norte da Galeria (entrada), apresenta Cibele, deusa que personifica a terra está em sua carruagem arrastado por dois leões. Joseph-Benoît Guichard finalizou a pintura dois séculos depois, segundo as indicações deixadas por Le Brun, durante a reforma da galeria entre 1848-1851, pelo arquiteto Félix Duban (1797-1870).

Pintura 11 (Água) – “Le Triophe de neptune et d’Amphitrite (1664 a 1677), de Charles Le Brun (1619-1690).

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“Le Triophe de neptune et d’Amphitrite” (1664 a 1677), de Charles Le Brun . Foto: A. Anquier.

“O Triunfo de Netuno e Anfitrite” foi pintada por Le Brun, antes de a pintura sofrer um acidente 1775. O pintor Charles-Louis Muller (1815-1892) a restaurou em 1850 e 1868.

Medalhões na base do teto:

Os 12 medalhões da base do teto apresentam s 12 meses do ano esboçados por Le Brun, representando festas ou trabalhos do mês em questão. Uma alusão a prosperidade e as riquezas econômicas no reinado de Luís XIV.

Os meses de Janeiro (1), Fevereiro (2), Março (3) e Abril (4) somente foram realizados em 1850 por Louis Arbant (1848-1890) após gravuras deixadas por Charles Le Brun (1619-1690).

Entre 1663-1665, os meses de Maio (5), Junho (6), Julho (7), Agosto (8), Setembro (9), Outubro (10), Novembro (11) e Dezembro (12) foram pintados por Jacques Gervaise (1622-1670).

As pinturas envolta dos medalhões foram realizadas pintor decorador J.B. Monnoyer (1636-1699), especialista em pinturas de frutas, flores e animais.

Medalhão 1: “Janeiro” (1850), de Louis Arbant (1622-1670).

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Medalhão 1 – “Janeiro”, de Louis Arbant. Galeria de Apolo. Louvre.

Tema: “Patina” (1850), de Louis Arbant . Técnica: Camafeu (pintura por contraste, com uma só cor).

Decoração: Pinturas das frutas e flores envolta do medalhão são de J.B. Monnoyer (1636-1699).

Medalhão 2:“Fevereiro” (1850), de Louis Arbant (1622-1670).

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Medalhão 2 – “Fevereiro”, de Louis Arbant. Galeria de Apolo. Louvre.

Tema: “Carnaval” (1850), de Louis Arbant . Técnica: Camafeu .

Decoração: Pinturas das frutas e flores envolta do medalhão são de J.B. Monnoyer (1636-1699).

Medalhão 3: “Março” (1850), de Louis Arbant (1622-1670).

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Medalhão 3 – “Março”, de Louis Arbant. Galeria de Apolo. Louvre.

Tema: “Corte de árvores” (1850), de Louis Arbant . Técnica: Camafeu .

Decoração: Pinturas das frutas e flores envolta do medalhão são de J.B. Monnoyer (1636-1699).

Medalhão 4: “Abril” (1850), de Louis Arbant (1622-1670).

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Medalhão 4 – “Abril”, de Louis Arbant. Galeria de Apolo. Louvre.

Tema: “Semeadura” (1850), de Louis Arbant . Técnica: Camafeu .

Decoração: Pinturas das frutas e flores envolta do medalhão são de J.B. Monnoyer (1636-1699).

Medalhão 5: “Maio” (1667-1674), de Gervaise Jacques (1622-1670).

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Medalhão 5 – “Maio”, de Gervaise Jacques. Galeria de Apolo. Louvre.

Tema: Cena galante (1667-1674), de Gervaise Jacques. Técnica: Camafeu (pintura por contraste, com uma só cor).

Decoração: Pinturas das frutas e flores envolta do medalhão são de J.B. Monnoyer (1636-1699).

Medalhão 6: “Junho”, de Gervaise Jacques (1622-1670).

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Medalhão 6 – “Junho”, de Gervaise Jacques. Galeria de Apolo. Louvre.

Cena: Colheita (1667-1674), de Gervaise Jacques. Técnica: Camafeu.

Decoração: Pinturas das frutas e flores envolta do medalhão são de J.B. Monnoyer (1636-1699).

Medalhão 7: “Julho”, de Gervaise Jacques (1622-1670).

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Medalhão 7 -“Julho”, de Gervaise Jacques. Galeria de Apolo. Louvre.

Cena: Colheita (1667-1674), de Gervaise Jacques. Técnica: Camafeu.

Decoração: Pinturas das frutas e flores envolta do medalhão são de J.B. Monnoyer (1636-1699).

Medalhão 8: “Agosto”, de Gervaise Jacques (1622-1670).

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Medalhão 8 – “Agosto”, de Gervaise Jacques. Galeria de Apolo. Louvre.

Cena: Recolta (1667-1674), de Gervaise Jacques. Técnica: Camafeu.

Decoração: Pinturas das frutas e flores envolta do medalhão são de J.B. Monnoyer (1636-1699).

Medalhão 9: “Setembro”, de Gervaise Jacques (1622-1670).

Medalhão 9 – “Setembro”, de Gervaise Jacques. Galeria de Apolo. Louvre

Cena: Vindima (1667-1674), de Gervaise Jacques. Técnica: Camafeu.

Decoração: Pinturas das frutas e flores envolta do medalhão são de J.B. Monnoyer (1636-1699).

Medalhão 10: “Outubro”, de Gervaise Jacques (1622-1670).

Medalhão 10 – “Outubro”, de Gervaise Jacques. Galeria de Apolo. Louvre.

Cena: Aração e Sementeira (1667-1674), de Gervaise Jacques. Técnica: Camafeu.

Decoração: Pinturas das frutas e flores envolta do medalhão são de J.B. Monnoyer (1636-1699).

Medalhão 11: “Novembro”, de Gervaise Jacques (1622-1670).

Medalhão 11 – “Novembro”, de Gervaise Jacques. Galeria de Apolo. Louvre.

Cena: Abate dos porcos (1667-1674), de Gervaise Jacques. Técnica: Camafeu.

Decoração: Pinturas das frutas e flores envolta do medalhão são de J.B. Monnoyer (1636-1699).

Medalhão 12: “Dezembro“, de Gervaise Jacques (1622-1670).

Cena: Coleta e corte de madeira (1667-1674), de Gervaise Jacques. Técnica: Camafeu.

Decoração: Pinturas das frutas e flores envolta do medalhão são de J.B. Monnoyer (1636-1699).

Medalhão 12 – “Dezembro”, de Gervaise Jacques. Galeria de Apolo. Louvre.

As esculturas em estuque:

As 118 esculturas em estuque completam o vasto poema mitológico retratados por Le Brun nas pinturas. O tema altamente complexo no estilo das grandes decorações romanas foram executadas pelo mais talentosos escultores ao serviço de Luís XIV: François Girardon (1628-1715), Thomas Regnaudin (1622-1706), e os irmãos Gaspard Marsy (1624-1681) e Balthazar Marsy (1628-1674), sob a direção de Louis Le Vau (1612-1670) e segundo os modelos fornecidos por Le Brun.

Escultura em estuques dos Cativos:

Escultura 1: “Les Captifs d’Amérique”, de Balthazar Marsy (1628-1674).

Escultura 2: “Les Captifs d’Europe”, de Thomas Regnaudin (1622-1706).

Escultura 3: “Les Captifs d’Afrique”, de Gaspard Marsy (1624-1681).

Escultura 4: “Les Captifs d’Asie”, de François Girardon (1628-1715).

Entre 1663 e 1667 cada um desses escultores realizaram um grupo de escravos ou cativos (“Les Captifs”) representando os 4 continentes da terra, em que o sol percorre. Uma alusão ao domínio de Luís XIV em todas as partes do mundo.

Escultura 1: “Les Captifs d‘Amérique” (1663-1664), de Balthazar Marsy (1628-1674).

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Escultura 1 – “Les Captifs d’Amérique” (1663-1664), de Balthazar Marsy .

Escultura 2: “Les Captifs d‘Europe” (1663-1664), de Thomas Regnaudin.

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Escultura 4 – “Les Captifs d’Europe” (1663-1664), de Thomas Regnaudin.

Escultura 3: “Les Captifs d’Afrique (16633-1664), de Gaspard Marsy.

Escultura 5 – “Les Captifs d’Afrique” (1663-1664), de Gaspard Marsy.

Escultura 4: Les Captifs d‘Asie” (1663-1664), de François Girardon.

Escultura 8 – “Les Captifs d’Asie” (1663-1664), de François Girardon.

Cada escultor realizou ainda três figuras masculinas do meses, duas musas (entidades da artes e da ciências), três figuras alegóricas aladas, três signos do zodíaco, três cabeças de deus associadas a um mês, e os ornamentos correspondentes.

As musas na mitologia grega são as protetoras de diversas artes e das ciências. As escultura em estuque das Musas na galeria de Apolo fazem também uma alusão ao rei Luís XIV, que como elas, também se coloca como um protetor, mecenas, incentivador das artes e de todo tipo de ciência do universo. As Musas eram nove filhas de Zeus e pai de Apolo.

Se Luís XIV é representado simbolicamente por Apolo (Sol), as Musas portanto são suas meias irmãs.

Esculturas em estuque das Musas na Galeria de Apolo:

Musa 5: “Calliope” (1663-1665), de Gaspard Marsy (1624-1681).

Musa 6: “L’Hippocrène fluve du Parnasse”,(1665) de François Girardon (1628-1715).

Musa 7: “Terpsichore et Polymnie” (1663-1665), de Balthazar Marsy (1628-1674).

Musa 8: “Uranie et Erato” (1663-1665), de Gaspard Marsy (1624-1681).

Musa 9: “Terpsichore et Polymnie” (1663-1665), de Balthazar Marsy (1628-1674).

Musa 10: “Euterpe e Clio” (1663-1665), de Thomas Regnaudin ( (1622-1706).

Escultura Musa 5: “Calliope” (1663-1665), de Gaspard Marsy (1624-1681).

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Escultura Musa 5: “Calliope ou Calíope”, de Gaspar Marsy (1663-1665).

Calliope ou Calíope” é a primeira, a mais sábia e a mais eloquente entre as 9 musas da mitologia grega. Musa da poesia épica, e das ciências.

Na obra de Gaspard Marsy (1624-1681), Calíope toca uma trompete com uma das mãos e com a outra segura um livro. Está rodeada por duas pequenas crianças aladas, que representam o amor.

Escultura Musa 6: “L’Hippocrène fluve du Parnasse” (1665) de François Girardon (1628-1715).

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Escultura Musa 6: “L’Hippocrène fluve du Parnasse”, de de F. Girardon (1628-17515).

O homem de barba, Hipocrene, (fonte nascente de água doce do Parnasso destinado as noves musas, Apolo e para quem busca inspirações poéticas), controla com uma alavanca a saída de água. Uma das duas crianças (gênios do amor) bebe dessa água com uma tigela.

Escultura Musa 7 – “Terpsichore et Polymnie” (1663-1665), de Balthazar Marsy (1628-1674).

Escultura Musa 7: “Terpsichore et Polymnie” (1663-1665), de Balthazar Marsy (1628-1674).

Terpsícore, musa da dança toca a lira, e Polímnia, musa do canto, seguras com suas mãos, rolos de papel ou pergaminhos.

Escultura Musa 8: “Uranie e Erato” (1663-1665), de Gaspard Marsy (1624-1681).

Escultura Musa 8: “Uranie e Erato” (1663-1665), de Gaspard Marsy (1624-1681).

Urânia, musa da astrologia e astronomia, segura na mão direita uma bússola para medir o globo terrestre, e Erato, musa da poesia lírica e erótica, parcialmente despida, toca a lira.

Escultura Musa 9: “Melpoméne et Thalie” (1663-1665), de François Girradon (1628-1715).

Galeria de Apolo no Louvre
Escultura Musa 9: “Melpoméne et Thalie” (1663-1665), de François Girradon (1628-1715).

Melpômene, musa da poesia trágica, está usando uma coroa e segurando um cetro (que faz parte de seus atributos), e Tália, musa da comédia, segura uma máscara para evocar o teatro.

Escultura Musa 10: “Euterpe e Clio” (1663-1665), de Thomas Regnaudin (1622-1706).

Euterpe, musa da música, toca uma flauta, e Clio, musa da história, segura uma coroa de flores e se apóia em livros.

Com a partida de Luís XIV, para Versalhes e a construção da Galeria dos espelhos o rei acabou se desinteressando da galeria de Apolo, e Le Brun acabou abandonando o projeto.

Tapeçarias de Gobelins:

Com os reis Luís XV (1715-1774) e Luís XV (1774-1792) , as obras da galeria permaneceram inacabadas, e devido ao desgaste das pinturas e esculturas pelo tempo, e o abandono da sala, por ordens do 1° Presidente da França, Carlos Luís Napoleão Bonaparte, (1848-1852), futuro Napoleão III (1852-1870), entre 848 e 1851, toda a galeria foi restaurada pelo arquiteto, Félix Duban (1797-1870) e vários pintores renomados como por exemplo: Eugène Delacroix (1798-821) que como já vimos no início, executou o painel central da sala: “Apollon vainqueur du serpent Python” (1850-1851).

As tapeçarias das paredes foram realizadas pela Manufatura dos Gobelins, e representam 28 personagens entre pintores, escultores e reis da França, que viveram ou trabalharam no antigo Palácio do Louvre e Palácio de Versalhes até a mudança em definitivo de Luís XIV, em 1682, para Versalhes.

A execução dessas tapeçarias, começaram em 1854 e terminou em 1863. Cada painel mede 2,16 m de altura por 1,33 m largura, com exceção dos 4 reis do centro, que medem: 2,28 m por 2,40 m. São Eles: Filipe II Augusto (1180-1123), Francisco I (1515-1547), Henri IV (1589-1610, que substituiu Napoleão III, em 1884), e Luís XIV (1643-1715).

Galeria de Apolo no Louvre
Tapeçaria de Luis XIV. Galeria de Apolo. Louvre

A galeria passou por várias restaurações entre 1899 e 2004, graças ao financiamento pelo grupo petrolífero francês, Total. E uma última, em 2019, financiada pela Maison Cartier, para exposição das joias e diamantes da coroa francesa.

Localização da Galeria no Louvre:

A Galeria de Apolo, se encontra na Ala Denon, nível 1, sala 705.

Ala Denon, Galeria de Apolo, nível 1, sala 705.

Gostaria de fazer uma visita guiada ao Louvre? Então clique no botão abaixo para mais informações e agendamento. Aguardo seu contato! Tom Pavesi.

Fonte: Museu do Louvre. Foto capa: Jimmy C. W. Lu

8 Comentários


  1. Um estudo maravilhoso! Verei com bem mais propriedade agora todas essas obras no Louvre. Obrigada

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  2. QUE MARAVILHA TOM E PRECISO NO MINIMO UMA TARDE PARA APRECIAR TANTA BELEZA ….ADOREI
    OBRIGADA

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  3. Amei o artigo. É impressionante como visitamos algo tão maravilhoso e não temos noção do valor histórico e artístico do que está a nossa frente!

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  4. Tom, visitei a galeria este ano, início de Abril, mas tanta beleza, estou impressionada com tanta informação, muito obrigada.

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  5. Fora do Brasil em agosto e setembro, por isso meu silencio, e, ao retorno, me e deparo com esta impressionante e simplesmente espetacular descrição da Galeria de Apolo.
    Parabéns Tom Pavesi.

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  6. Tom, muito obrigada por nos enriquecer com tantas informações sobre a minha maravilhosa Paris. Amo esse lugar encantado, que tenho certeza que vivi em outras encarnações!.

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  7. Sou muito grata Tom, pelo presente enriquecedor. PARABÉNS pela iniciativa e generosidade de dividir toda essas informações conosco. Obrigada e muita luz e Saúde em sua caminhada. 👏🙏🌹🌹🌹

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    1. Oi Marina, muito obrigado pelo seu simpático comentário que me estimula a continuar como esse trabalho. Abraços! Tom

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