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A história do Louvre começa por volta de 1190, com o rei francês, Filipe II Augusto (1180 -1223), que apesar de estar comprometido em participar da terceira cruzada em Jerusalém, em Israel, ordenou antes de partir que fosse construído uma grande muralha de pedra entorno de Paris e uma grande fortificação no lado sudoeste para proteger a cidade de uma possível invasão do rei inglês Ricardo I Coração de Leão (1190-1199) que estava estacionado com seu exército, a 60 km da capital.
O Louvre de Filipe II Augusto.
O Louvre de Filipe II foi um projeto bem simples, de função militar para abrigar soldados, armas, e servir se necessário como prisão. No centro do forte, existia uma torre cilíndrica de observação, chamada “donjon” (ou torreão), de 32 metros de altura e 15 metros de diâmetro podendo observar todas as planícies em volta de Paris e controlar as entradas e saídas das embarcações pelo rio Sena.
Torreão rodeado por um fosso com águas do rio Sena protegida por um muro espesso quadrado de 77 metros no lado Norte-Sul, e por 70 metros no lado Leste-Oeste e com torres menores ao seu contorno.
Origem do nome Louvre:
Segundo alguns historiadores, o local escolhido por Felipe II Augusto para construção da fortaleza era numa área afastada do centro urbano, chamada em latim: Lupara, Lupus, Loups ou o mais provável: Louves (a fêmea do lobo).
Um destes nomes poderia ter sido usado para designar um local frequentado por lobos ou onde se caçavam lobos ou onde se treinavam cães de caça de lobos ou onde se guardavam materiais de caça para lobos. Dando origem assim ao forte medieval :
“Forteresse des Louves” (em francês), Fortaleza dos Lobos (em português).
Outra possibilidade, na língua celta, o sufixo “ara“, de “Lupara“, quer dizer córrego de rio ou por onde se passa um rio ou um curso de água, lembrando que o rio Sena estava bem próximo da fortaleza construída.
Outra ideia, como a França foi ocupada no século V pelos francos sálios, tribos de guerreiros e conquistadores do norte da Europa, que não falavam e nem entendiam o latim, (chamados pelos romanos de Bárbaros) teriam deixado como herança etimológica, no antigo vocabulário francês do século XII, palavras de origem germânica, como: Lower, Lovar, Leovar, Leowar, Lover, que podemos traduzir para o português como: Castelo ou Campo Fortificado ou Torre de Vigia ou Torre de Observação.
Ou simplesmente: L’Oeuvre (em francês), A Obra, (em português).
Da Fortaleza para depósito do tesouro Real:
A situação do forte do Louvre, mudou rapidamente onde foi gradualmente cercado por um distrito urbano bastante denso que o fez perder o interesse defensivo.
Com esse intenso crescimento populacional da cidade e o surgimento de novas armas militares, o forte perdeu sua função defensiva e ficou obsoleto. Foi usado como prisão, arsenal de armas e já sobre Filipe IV (1280-1314) o belo, serviu como depósito do Tesouro Real.
Residência (fortaleza) de Carlos V, o sábio.
Somente com o rei, Carlos V (1364 -1380), que após sofrer um atentado no Palácio “de la Cité”, resolveu mudar-se para o velho e abandonado Forte Medieval do Louvre, bem mais seguro, e protegido.
Entre 1364 a 1380 várias modificações foram feitas pelo arquiteto gótico, Raymond du Temple que além de restaurar a fortaleza medieval, numa luxuosa residência real, ele também projetou uma nova muralha em torno de Paris.
Galerias, vitrais, paredes interiores revestidos de madeira e pinturas murais, (afrescos), muitas janelas para o exterior, jardins internos, externos, uma rica biblioteca, com joias e objetos preciosos, e uma imponente escadaria helicoidal como acesso principal do castelo.
Mas alguns anos depois também foi abandonada pelos reis que sucederam em seguida devidos crises politicas, problemas sociais e financeiras e uma guerra que durou mais de 100 anos. Durante todo o século XV, os reis em busca de segurança preferiram trocar a Residência de Paris pelos castelos do Vale do Loire.
Palácio do Louvre, de Francisco I (1515-1547).
No fim do século XV e início do século XVI, novas ideias e um novo estilo de vida e comportamento tomaram conta da Europa, o renascimento que tinha com o princípio base, o humanismo, o homem como sendo o centro do pensamento filosófico e não Deus.
O rei Francisco I° (1515-1547) seguindo este pensamento encomendou ao seu principal arquiteto, Pierre Lescot e o escultor, Jean Goujon um novo projeto em cima da velha e abandonada Residência e fortaleza medieval de Carlos V.
Entre 1531 a 1545 muitas reformas foram feitas neste antigo Louvre gótico de paredes frias, janelas sufocantes, aposentos sem de ar puro, sem iluminação natural e de espaços apertados e sujos.
Francisco I, amante das artes, pinturas italianas e da arquitetura, insatisfeito pelas péssimas condições de acomodamentos para sua família e convidados resolveu mudar tudo ordenando que fosse criado um novo estilo de arquitetura para o Louvre.
Para a valorização deste novo conceito buscava-se na arquitetura renascentista uma representação materializada do pensamento grego e romano, um modelo perfeito do ideal e a razão da existência do homem. Simetria, verticalidade, horizontalidade, equilíbrio nas formas e representações da natureza são altamente impregnadas neste nova forma de construir.
Palácio de Henrique II (1547-1559).
Mas Francisco I acabou morrendo 1547 sem ver o resultado final de sua obra. Seu filhove sucessor, Henrique II (1547-1559) deu continuidade ao projeto, com os mesmos artistas, Lescot e Goujon, mas modificando um pouco o projeto original. Além de embelezar a famosa “Sala das Cariátides” mandou construir uma pequena galeria em anexo ao edifício de Lescot com vista para o rio Sena.
Palácio das Tulherias e a Grande Galeria.
Um novo palácio de proporções gigantescas foi surgindo com o tempo nas mãos, de vários outros reis que ali vieram morar.
Não muito longe dali, em 1564, Catarine de Médici (1519-1589), viúva do rei Henrique II encomendou ao arquiteto, Philibert Delorme, a construção do Palácio das Tulherias.
Algum tempo depois, o rei Henrique IV (1589-1610) terminou as obras começadas nos reinado de Carlos IX (1560-1574) e mandou construir um novo edifício ao longo do rio Sena chamado a Grande Galeria, pelos arquitetos Louis Métezeau e Jacques II Androuet du Cerceau para fazer a união do Palácio do Louvre com o Palácio da Tulherias.
O Louvre barroco de Luís XIII (1610-1643).
Em 1624, Luís XIII (1610-1643) e seu arquiteto Jacques Lemercier derem início a construção do Pavilhão do Relógio e um edifício complementar a “Ala Lescot”, de Francisco I e Henrique II, conhecido atualmente como “Ala Lemercier” e determinado a fechar com outras obras todo o quadrilátero que cercava a “Cour Carrée” do Louvre, (antigo pátio quadrado do Palácio de Carlos V e da Fortaleza Medieval de Felipe II Augusto.
O Louvre clássico de Luís XIV (1643-1715).
Em 1657, o jovem rei Luís XIV (1643-1715), juntamente com o cardeal Mazarino foram os responsáveis pelo desaparecimento total do antigo Palácio Real de Carlos V.
O arquiteto Louis Le Vau projetou as novos edifícios no lado do lado leste (rue de l’Amiral de Coligny, lado norte (rue de Rivoli) e o lado sul (rio Sena), rua de Rivoli, e o Pavilhão do Relógio, edifício que se encontra entre a ala Lescot e Lemercier (foto ao alto).
Em 1667, começou a construção da fachada do Louvre, com o arquiteto Claude Perrault, “La Colonnada“(1664-1668). O puro classicismo francês que marcará todo o período de regência deste grande rei.
Após incêndio em 6 de fevereiro de 1661, o arquiteto Louis Le Vau ainda fez a reforma na antiga Galeria dos Reis (“Galerie des Rois”), atual Galeria de Apolo (“Galerie d’Apollon”) entre 1661 e 1673.
Neste conjunto de reformas, Le Vau trabalhou também nas reformas das salas e aposentos do Palácio das Tulherias e o paisagista, André Le Nôtre, nos jardins externos do palácio, (Le Nôtre, é mesmo paisagista que fez os jardins de Versalhes).
Louvre abandonado e trocado por Versalhes.
Em 1681, depois da saída definitiva do rei Luís XIV para o Castelo de Versalhes, muitas salas do palácio que ficaram abandonadas e foram ocupadas pelas academia de artes da França: Academia de Pinturas, academia de Esculturas, ateliês de artistas, ceramistas, escultores, pintores, oficinas de manufaturas e trabalhadores de muitas outras profissões, sendo que muitos autorizados a morar e a trabalhar, outros não.
Desde de 1725 são organizados pelos acadêmicos do Louvre, exposições de pinturas e desenhos no “Salon Carré“, nome que deu origem ao termo: “Salão de exposição“.
Com a morte do rei Luís XVI em 1793, na guilhotina, o museu ficou nas mãos dos líderes deste novo governo republicano, conhecido como: “Diretório” (regime democrático nacionalista que pregavam o lema: “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” ou em francês: “Liberté, Égalité, Fraternité”), que decidiram que os bens e propriedade dos antigos reis, rainhas, nobres, imigrantes e da igreja, de agora em diante seriam bens públicos e que a população tinham direito a visitá-los.
Aquele espaço chamado pelo rei Henrique IV de, “A Grande Galerie“ foi escolhido para a exposição das 660 obras confiscadas. Local idealmente espaçoso para que assim o povo tomasse consciência das imensas riquezas e dos abusos de poder que os antigos reis da extinta monarquia absoluta cometerem contra a nação.
Muitas destas obras estavam guardadas e reservadas para serem expostas um dia, desde a queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789. Guardadas com o máximo de segurança e cuidados, pois nunca se esqueceram de que durante a revolução de 1789, muitas joias e obras, do tesouro real, de grandes valores e interesses artísticos foram roubadas, queimadas, destruídas e perdidas para sempre pela população enfurecida.
Museu Central das Artes da República.
Este novo espaço chamado: “Muséum Central des Arts de La Republique” (futuro Museu do Louvre) foi inaugurado em 10 de agosto de 1793, mas oficialmente aberto ao público em 08 de novembro de 1793, quase dez meses depois da execução do rei Luís XVI (21 de janeiro de 1793) e vinte três dias depois da execução da rainha Maria Antonieta (16 de outubro de 1793), durante o período chamado “o Terror” (“La Terreur”, nome dado às ações do tribunal revolucionário instaurado após a revolução francesa).
Em 1796, com a subida ao poder do general Napoleão Bonaparte, algumas pinturas de grandes mestres italianos foram trazidas para o museu como moeda de troca para futuras negociações com as cidades conquistadas, intencionalmente roubadas em forma de tributos atribuídos (indenizações) aos países vencidos com os gastos com durante as batalhas e também para alimentar sua glória e poder.
Ler outro artigo que escrevi: As Bodas de Caná.
Com a queda do “Diretório” que governava o país até 1799, o triunvirato consular liderado por Napoleão com primeiro cônsul continuou o plano de saquear cidades inteiras trazendo suas principais obras. E como foram tantas, que foram obrigados a procurarem mais espaços pelos interiores do museu.
A partir de 1800, Napoleão ordenou a expulsão de todos os mercadores instalados nas passagens e galerias, juntamente com os ateliês de artistas, oficinas e os moradores casuais que ocupavam salas distantes e esquecidas pela administração.
Essa limpeza geral das dependências do museu durou até 1806.
Museu Napoleão.
Em 09 de novembro 1802, Napoleão Bonaparte mudou nome do museu passando a ser chamado de Museu Napoleão, tendo como Diretor-Geral, Dominique-Vivant Denon.
Personagem impar na organização das coleções de obras, departamentos, na administração das reconstruções e reformas de salas, escadas e fachadas dos edifícios. Foi tão importante para o Louvre que atualmente seu nome Denon é uma das três alas do museu juntamente com as alas: Richelieu e Sully.
A partir de 1805, os arquitetos de Napoleão, Fontaine e Percier, começaram os trabalhos de acabamentos dos edifícios no entorno da “Cour Carrée”. Em 1807, deram início a construção do pequeno Arco do Triunfo do Carrossel do Louvre, para celebrar suas vitórias, e só não viu a união do Palácio das Tulherias com o Palácio do Louvre, pelo lado da rua de Rivoli, porque abdicou e foi viver no exílio na ilha de Santa Helena.
Museu Real do Louvre, Luís XVIII.
Em 1815, depois da queda do imperador Napoleão Bonaparte, a França voltou a ter de novo um rei, Luís XVIII (1814/1815-1824) irmão do decapitado Luís XVI, que durante a revolução francesa havia se exilado, ou melhor, fugido para a extinta Prússia, Rússia e Inglaterra.
Com a volta da monarquia, agora, constitucional, o rei não tinha mais poderes nas decisões governamentais do país, então concentrou seu tempo e lazer na reconstrução dos departamentos e salas do museu, mas ordenou que todas as obras que a partir daquele momento entrassem no Louvre deveriam serem feitas por aquisições legais, transferências de outros museus ou por doações.
Ficou proibido à entrada por meios de confiscos de guerras ou outros métodos ilícitos. O Louvre neste período se enriqueceu de grandes obras-primas de pinturas e esculturas, principalmente com a chegada da Vênus de Milo e muitos objetos do antigo Egito.
Um museu dentro de outro, Museu Carlos X.
O Louvre sobre administração do rei Carlos X (1824-1830), irmão mais novo de Luís XVI e Luís XVIII ordenou que fosse reformado uma ala específica do Museu Real do Louvre para instalação das coleções; antiguidades egípcias, antiguidades orientais e arte greco-romano.
Em 1827, o próprio rei inaugurou 8 salas contínuas, que conhecemos hoje como Museu Charles X (Museu Carlos X). Um museu dentro de outro.
Após abdicação de Carlos X por causa da revolução de julho de 1830, (“Les Trois Glorieuses”), que reclamava a volta da monarquia absoluta, seu primo Luís Felipe I (1830 – 1854) assumiu o seu lugar dando continuidade no enriquecimento do museu com obras doadas, compradas e a chegada de muitos outros objetos oriundos das diversas descobertas no Oriente Médio, Grécia, Turquia, Argélia e Egito.
Museu Napoleão III.
Entre 1848 a 1852, Luís-Carlos Napoleão Bonaparte (1808-1873) sobrinho do imperador Napoleão Bonaparte I) foi eleito por sufrágio universal como o Primeiro Presidente da França, mas em dezembro de 1851, no final do seu mandato, inacreditavelmente conseguiu a aprovação pela assembleia nacional pela volta triunfante do regime imperialista, se autoproclamando Imperador Napoleão III. E o Louvre passou ser chamado de Museu Napoleão III.
Com seus arquitetos Louis Visconti e Henri Lefuel, o museu passou por várias reformas como: o teto do salão “Carré”, os apartamentos do imperador Napoleão III, e as escadarias: “Lefuel”, e “Daru”, (que expõe atualmente a Vitória de Samotrácia) entre outras reformas.
Visconti e Lefuel foram os responsáveis da unificação dos edifícios que haviam sido começados por Napoleão I e Luís XVIII, ao longo da rua de Rivoli, ligando novas galerias, salões e os apartamentos do imperador Napoleão III com o velho Palácio das Tulherias.
Fechando assim o museu por todos os lados, e com seus quatro pátios internos livre das antigas construções.
Museu do Louvre.
Em 1870, Napoleão III, após perder a guerra para Prússia, o congresso francês elegeu um novo presidente Adolphe Thiers (1797-1877) que renomeou definitivamente o museu para o nome que conhecemos hoje: Museu do Louvre de Paris.
Em 23 de maio de 1871, a classe operária de Paris (“les communards”) insatisfeitos com a política deste novo governo e inconformados com a derrota a Prússia e a devolução da Alsácia-Lorena para a Alemanha acabaram incendiando o Palácio das Tulherias.
Depois da destruição quase completa do palácio, várias propostas de reconstrução foram encaminhadas para aprovação no senado, mas todas acabaram sendo rejeitas em 1876.
Houve também uma proposta de conservação das ruínas e reconstrução da parte central do Palácio assinadas por Haussmann (ex-prefeito de Paris que trabalhou nas transformações urbanas de Paris), Henri Lefuel (arquiteto de Napoleão III) e Vilollet-Le-Duc (arquiteto da renovação da Notre-Dame de Paris), mas também não foram aprovadas.
Finalmente tudo foi demolido em 1883, restando somente os pavilhões laterais “Marsans”(lado rua de Rivoli) e “Flore” (lado do rio Sena), que nada sofreram.
E assim até hoje uma vasto vão ficou aberto criando o famoso eixo monumental e atual perspectiva do Museu do Louvre que se estende entre os Jardins das Tulherias, Praça da Concórdia, Avenida dos Champs Élysées, Arco do Triunfo e Arco da Defesa.
A partir de uma lei em 1985, foi criado o organismo, “Réunion des Musées Nationaux”, com o objetivo de gerenciar todas as partes financeiras, administrativas e públicas dos museus nacionais e suas relações com bancos, doadores, mecenas, compradores, vendedores… E tudo mais relacionado com a vida social e obras de arte do atual museu.
Grande Louvre, de Mitterrand.
François Mitterrand, presidente da França de 1981 até 1995 marcou seus dois mandatos e a cidade de Paris com vários projetos inovadores e modernos de construções e renovações arquitetônicas que ficaram conhecidos como: “As grandes operações de Arquitetura e Urbanismo” ou “As Grandes Obras de Mitterrand“.
Sua intenção desde no início de seu 1° mandato era o mostrar ao mundo, o papel da França com relação à arte, a cultura, o patrimônio, seu contexto histórico, politico e social.
Podemos citar as seguintes obras realizadas e terminadas durante seus 14 anos de vida pública: Biblioteca Nacional da França, Cidade da Música, Cidade das Ciências e das Indústrias, Instituto do Mundo Árabe, Ópera da Bastilha, Ministério da Economia e Finanças, Parque da Villette, Grande Arco da Defesa, Museu d’Orsay, e o que nos interessa aqui o Grande Louvre.
O Louvre, de Ieoh Ming Pei.
François Mitterrand contou para fazer a renovação do museu, com o arquiteto americano de origem chinesa, Ieoh Ming Pei (1917-2019), grande responsável pelo projeto do Grande Louvre que recebeu a missão de modernizar e aumentar todas as aéreas de exposições, Sully, Denon e Richelieu (antigo Ministério das Finanças e Economia).
Além das reformas das inúmeras galerias e pátios internos, Ming Pei projetou a Grande Pirâmide e a Pirâmide invertida do Carrossel do Louvre e uma nova infraestrutura subterrânea moderna para atender os milhares de visitantes com áreas de restaurantes, lojas, cafés, lanchonetes, estacionamento para carros e ônibus de turismo, locais de exposições, palco para desfiles de moda, salas de aula de, acesso subterrâneo para o metrô e novas portas de acessos ao Museu do Louvre.
Grande Piramide do Louvre.
Ela é composta por uma estrutura de vidro, com 673 painéis, sendo que 603 tem a forma de losangos e 70 na forma de triângulos.
Ao contrário do que pensavam os faraós (pirâmide = sepultura) e o escritor, Dan Brown no livro Código da Vinci, o fálus (princípio masculino) e o numero satânico de 666 painéis, a Grande Pirâmide representa a Vida.
Em 1798, Napoleão Bonaparte, após sua passagem desastrosa pelo Egito e antes de se tornar imperador já pensava na construção de uma Pirâmide no Louvre para comemorar suas vitórias e os dez anos da Revolução Francesa. Mas esse projeto faraônico foi substituído por duas outras construções:
O pequeno Arco do Triunfo do Carrossel do Louvre (1807-1809), dos arquitetos Charles Percier e Pierre Fontaine por sua batalha vencedora em Austerlitz, na República Checa.
E o grande Arco do Triunfo (1806-1836), do arquiteto Jean-François Chalgrin, na Praça Charles de Gaulle (Étoile), por todas as outras batalhas vitoriosas.
O arquiteto Ieoh Ming Pei portanto deu continuidade a uma antiga vontade de Napoleão, construindo uma Pirâmide de aço e vidro no pátio central do Louvre, (pátio Napoleão) com outra simbologia e finalidade.
Para ele, a construção da Pirâmide foi uma forma de homenagear os grandes construtores da antiguidade fazendo o paralelismo entre o presente e o passado, utilizando a história como experiência e aprendizado e mostrar ao mundo a evolução dos conhecimentos, das técnicas e da sabedoria do homem.
Adepto da medicina chinesa que usam as pirâmides para vários tipos de tratamentos de saúde pretendeu com o seu projeto demonstrar para todos os visitantes que ao entrarem pela Pirâmide você estará conectado com forças de energia positivas, boas vibrações com a vida, a história, a cultura e a arte. Ou seja ficar embaixo da pirâmide você estará aberto para novas experiências e conhecimentos inesquecíveis.
O Grande Louvre, de Ieoh Ming Pie realmente foi um projeto emblemático e de difíceis soluções, pois tinha como princípio a integração do antigo Louvre medieval, renascentista, barroco, clássico, neoclássico, com a arquitetura moderna do século XX.
A preservação do passado e construção do futuro unidos no mesmo objetivo.
Inaugurado em 04 de março de 1988 foi aberta ao público em 01 de abril de 1989.
Departamento de Artes do Islã.
Em 22 de setembro 2012, vinte e três anos após a inauguração da Grande Pirâmide do Louvre foi aberto, na ala Denon, no antigo pátio descoberto, “Visconti“, o novo departamento de Artes do Islã.
Ganhadores do concurso em 2005, o arquiteto francês, Rudy Ricciotti e o italiano, Mario Bellini criaram uma galeria subterrânea, com uma cobertura ondulada, estruturada com 1600 triângulos de vidros dourados translúcidos, na forma de um tapete voador.
Hoje estão em expostas aproximadamente 3000 obras, em mais de 1000 anos de história, de forma cronológica, desde a fundação do Islã até o século XVIII, abrangendo três continentes, da Espanha a Índia. Esculturas, Objetos em cerâmica, vidro, madeira, metais preciosos e magníficos tapetes decorativos.
Louvre Lens.
Inaugurado em 12 de dezembro de 2012, o Museu do Louvre Lens está localizado bem ao norte da França, no departamento Pas-de-Calais.
A ideia deste museu surgiu por razões políticas, com objetivo de aliviar o excesso de obras em reserva no Louvre Paris.
Em 2005 a agência japonesa, Sanaa, dos arquitetos Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa foram os escolhidos entre os 120 arquitetos inscritos do mundo inteiro, para idealização de um projeto iluminado e contemporâneo.
Em 18 de novembro de 2013, eles ganharam o prêmio “l’Équerre d’Argent“, (Esquadro de Prata), de Arquitetura, pelo projeto de transparência, ambientação e a reconversão de um solo abandonado pela alta exploração de minérios, em equipamentos culturais e sociais.
O paisagismo é de Catherine Mosbach, a mesma que fez do canal de Saint-Denis, o jardim botânico de Bordeaux, e o jardim botânico de Mônaco.
O museu é dividido em três espaços de exposições: A Grande Galeria, Pavilhão de Vidro e a Galeria de Exposições temporárias.
O Museu do Louvre-Lens em 2017 recebeu aproximadamente 450.000 visitantes por ano, número inferior em relação a média prevista que imaginavam atingir depois de 4 anos aberto, de 900.000 por ano.
Louvre Abu Dhabi.
Inaugurado em 11 de novembro de 2018, o Museu do Louvre Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos é um projeto do arquiteto francês Jean Nouvel, (o mesmo do Instituto Árabe, em Paris, e o Museu “Quai du Branly”), para realização de um museu universal, na ilha Saadiyat, ou “ilha da Felicidade”, na cidade de Abu Dhabi.
Em 06 de março de 2007 foi assinado entre os dois países um acordo bilateral, onde a França ficou responsável dos trabalhos de consultorias técnicas na concepção da obra, na elaboração do projeto científico e cultural.
Além disso, o Louvre Paris deverá emprestar obras das suas coleções francesas, durante 10 anos, e deverá organizar quatro exposições temporárias por ano, durante 15 anos seguidos, ajudando-os, até que o Museu Abu Dabi tenha suas próprias coleções.
Em troca os Emirados Árabes Unidos doará 1 (um) bilhão de Euros durante 30 anos para o Museu do Louvre Paris e outros museus franceses associados a está operação.
Gostaria de fazer uma visita guiada ao Louvre? Então clique no botão abaixo para mais informações ou no botão do Whatsapp para um contato mais dinâmico. Até breve! Tom Pavesi!
Foto capa: Chiranjib Ghorai.
Fontes:
- Site do Museu do Louvre.
- “Musée du Louvre”, no site Wikipédia Commons.
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Muito bom Tom. Sucesso!
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Obrigado Bia, para vocês também! Abs
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Ótimo artigo, Tom. Sucesso sempre.
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Bravo maestro! Continue a nos informar. Super!
Abraços..! Magela.
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Valeu Magelinha! Abs
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Obrigado Liamar. Sucesso para nós todos. Abraços
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Excelente artigo. Parabéns!
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Adoro estas publicações. São precisas e valiosas. Agradeço muito.
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Uma verdadeira aula de História! Excelente texto explicativo, rico em detalhes!
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Adoro receber suas publicações! Obrigada
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Excelente artigo , muito obrigada por nós passar esses conhecimentos.