Punhal de Gebel el-Arak

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Departamento das Antiguidades Egipcianas.

Cabo em marfim (canino de hipopótamo) e Lâmina de sílex (rocha sedimentar silicatada).

Ala Sully, nível 1, sala 633, vitrine 1.

“Punhal de Gebel el-Arak” ou em francês: “Poignard du Gebel el-Arak”, de 25,50 cm de comprimento foi datada sendo do período pre-dinástico de Nacada II, por volta de 3300 a.C. a 3200 a.C.

Foi comprada em 1914, no Cairo, (Egito), pelo arqueólogo francês George Aaron Benedite, (1857-1926), em nome do Museu do Louvre. O vendedor no ato da compra disse que o punhal havia sido encontrada em Gebel el-Arak, sul de Abidos (Egito).

Descrição:

Punhal muito precioso, do final da pré-história egípcia, é composta por uma impressionante lâmina de sílex de cor amarelada e um cabo de marfim de dente canino do hipopótamo, com cenas esculpidas em baixo relevo nas duas faces.

Tudo na arma exprime, luxo, proeza técnica e artística. Provavelmente o artista deve ter realizado esse objeto, para algum grande chefe tribal, na passagem entre o fim da pré-história e o surgimento da civilização faraônica.

Apenas algumas cópias deste tipo de punhal de marfim, decoradas com relevo, são conhecidas, reservadas somente para uma elite bem especializada.

A Lâmina de sílex:

A lâmina de sílex de cor ocre amarelada é uma extrema qualidade, o artesão mostra o perfeito domínio no trabalho escultural na pedra. Totalmente polida de um lado.

E do outro, foi criado através de uma linha vertical, delicadamente talhada no centro da pedra, onde saem uma sequência cavidades paralelas formando no final uma borda serrilhada e bem cortante.

Essa técnica foi um dos trabalhos mais refinados sobre o sílex, muito usada por artesãos egípcios por um período limitado de tempo, entre 3500 a.C. e 3200 a.C.

Cabo de marfim do Punhal de Gebel el-Akir :

As análises do cabo confirmaram que o material utilizado é um dente de marfim (canino), retirado de um hipopótamo. Animal muito comum que se encontrava as margens do rio Nilo.

Em um lado do cabo, o tema é a guerra, e do outro, a caça.

Frente do cabo, a guerra:

Neste lado do cabo, aparace a representação de um grupo de homens lutando na parte alta. Homens semi-nus e inimigos, estão vestidos apenas com um protetor de pênis, e um cordão na cintura como suporte para o punhal. Todos estão armados ou com um tipo de martelo ou com um punhal.

Travam uma combate violento, corpo a corpo. Feridos e mortos, se encontram amontoados na fileira mais abaixo. Na linha inferior, um outro combate entre duas embarcações diferentes, típicos da era Nacada (3800 a.C. a 3150 a.C.).

Verso do cabo, caça:

No lado verso se encontra um botão saliente central perfurado com passagem para um cordão a ser pendurado na cintura.

Na linha do alto, se encontra dois leões sendo dominados por um homem barbado, de chapéu, talvez uma representação de um rei de uma cidade ou uma divindade. Um pouco abaixo, cachorros domesticados e animais selvagens um caçador parece pegar um antílope. Uma forma de demonstração do poder do homem sobre toda a natureza. Podemos reparar o total domínio do artista sobre temas animalescos.

A vida no Nilo:

Os temas tratados nos objetos de cerâmica e pinturas durante a era Nacada (3800 a.C. a 3150 a.C.), era relativo a sobre a vida cotidiana, a caça aos animais, lutas contra invasores ou inimigos, e as navegações sobre Nilo. Esse tema também foram encontrados na mesma época na Mesopotâmia, como exemplo: o homem barbudo (rei-sacerdote) e o domador de animais. Portanto, podemos concluir que é certo que ocorreram contatos diretos ou indiretos entre essas civilizações.

A forma como foram feitos os registros no Punhal de Gebel el-Arak das cenas sobrepostas e em perfis das figuras humanas e animais serão encontrados constantemente em todos as dinastias faraônicas.

Este punhal ilumina a passagem entre o fim da pré-história e o florescimento da civilização Egipciana com seus milhares de faraós.

Fonte: Museu do Louvre-Cartel. 

Foto capa: C. Décamps.

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