Sarcófago dos esposos de Cerveteri

Sarcófago dos esposos de Cerveteri

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O Sarcófago dos Esposos de Cerveteri (em terracota) foi encontrado em 1845 pelo grande colecionador de obras antigas, o marquês Giampietro Campana (1809-1880), na necrópole da Banditaccia em Cerveteri, o antigo Care. Cidade etrusca mais próspera e a mais densamente povoada, localizada a 40 quilômetros ao norte de Roma.

Sarcófago dos esposos de Cerveteri
Gravura imaginária da cidade fortaleza de Cerveteri e necrópoles a direita.

Na antiguidade, Cerveteri foi uma das principais cidades do Mediterrâneo, fazendo comércio em cidades ao longo da atual costa européia até no Oriente Médio. Teve se apogeu, do século VI ao IV a.C.

Sarcófago dos esposos de Cerveteri
Tumba da necrópoles de Banditaccia em Cerveteri.

Sarcófago dos Esposos de Cerveteri

Trabalho em realizada entre 520 a.C. a 510 a.C. por artista desconhecido, entrou para ao Louvre em 1863 quando Napoleão III (1848-1870) comprou uma grande parte da impressionante coleção de obras de esculturas, pinturas e objetos de arte, que o marquês Campana detinha.

Sarcófago dos esposos de Cerveteri
Sarcófago dos esposos de Cerveteri. Museu do Louvre. Foto: Philippe Fuzeau.

Devido ao seu tamanho e forma, para alguns historiadores acham que é uma representação de um sarcófago funerário para se colocar um ou dois corpos juntos no seu interior, enquanto que para outro, representa uma urna funerária monumental para serem colocadas as cinzas de um casal. O que sabemos sobre os etruscos é que além do hábito em sepultar seus mortos, também tinham o hábito em cremá-los. Por isso a dúvida.

Esta obra encontrada quebrada em vários pedaços que representa um rico casal de uma família tradicional etrusca, e nos mostra que as mulheres eram bem consideradas e respeitadas pelo homem, talvez no mesmo nível de igualdade. Ao contrário que no mesmo período na Grécia, (país vizinho) elas eram reprimidas e deixadas para escanteio.

Sarcófago dos esposos de Cerveteri
Detalhe dos esposos de Cerveteri. Museu do Louvre. Foto: Philippe Fuzeau.

Vemos o marido abraçado com sua esposa, reclinados num canapé grego, comemorando com alegria e festa, os seus respectivos falecimentos.

O marido com olhos amendoados aparece estar segurando na mão direita um possível cálice de vinho (nunca encontrado), e abraçando as costas de sua amada e defunta esposa, podemos notar que ela segura com uma das mãos, um frasco de perfume (ou uma taça de vinho), e com a outra podemos vê-la derramando na mão esquerda do marido, (também nunca encontrado), gotas de perfume.

Os dois travesseiros que o marido e a esposa estão apoiados na verdade são dois odres de vinho (recipiente feito de pele de animal). Uma escultura funerária que nos revela o conhecido ritual das oferendas funerárias, muito praticado pelos etruscos

A elegância do desenho, a subtileza na apresentação do sarcófago em terracota demonstra uma extrema sensibilidade do artista.

Sarcófago dos esposos de Cerveterii
Sarcófago dos esposos de Cerveteri. Museu do Louvre.

Concluo que este Sarcófago (ou Urna) funerária é uma tradicional representação etrusca dos mortos, pois acreditavam na continuação da existência da vida após a morte (como os faraós). E um banquete com vinho e perfume era uma forma festiva de se comemorar a passagem para o mundo eterno.

Localização da obra:

Departamento de Antiguidade Gregas, Etruscas e Romanas.

Altura: 1,11 metros ; Comprimento: 1,94 metros; Largura: 0,69 m.

Ala Denon, nível térreo, sala 420.

“Sarcófago dos esposos de Cerveteri”. Ala Denon, nível térreo, sala 420.

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Fonte: Site do Museu do Louvre. Foto capa: Jérémy-Günther-Heinz Jähnick. Foto aérea: Arquivos fotográficos da Superintendência da propriedade arqueológica de Muridiona. Gravura: RMN-Grand_Palais / Martine Beck-Coppola.

1 comentário


  1. Com seu trabalho, temos a oportunidade de conhecer as peças mais variadas do acervo do museu do Louvre. Tenho acompanhado com grande interesse todos seus artigos . Obrigada pelas aulas esclarecedoras.

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