Akhenaton e Nefertiti

Akhenaton e Nefertiti

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Akhenaton e Nefertiti caminham lado a lado, de mãos dadas, olhando para a frente é uma pequena obra realizada por volta de 1345 a.C. que testemunha práticas religiosas de adoração ao divino casal no poder na época, por famílias egípcias.

Amenófis IV ou Akhenaton, filho de Amenófis III e Tié (Tiyi), subiu ao trono entre 1352 (ou 1351 a.C). a 1336 (ou 1334 a.C.). Teve como esposa principal Nefertiti, e esposa secundária Kiya, que segundo alguns historiadores seria mãe do famoso Tutancâmon.

Faraó da 18ª dinastia, Amenófis IV – Akhenaton, durante o seu reinado, 1352 a 1336 a.C. ou 1351 a 1334 a. C. tentou impor uma revolta radical no pensamento político e religioso em sua nova capital chamado Amarna, (atual Tell el-Amarna).

Akhenaton e Nefertiti
“Akhenaton e Nefertiti”. Museu do Louvre. Foto: Franck Raux.

Além de impôr o culto ao deus solar  (ou Ré), cuja manifestação visível na Terra é Aton, ele impulsionou também a um novo estilo artístico na cidade, a arte “Amarna”.

Análise da obra Akhenaton e Nefertiti:

Realizado num bloco de calcário pintado, em 22,20 cm de altura x 12,30 cm de largura x 9,80 cm. de profundidade, Akhenaton e Nerfertiti estão de pé, aparentemente andando, de mãos dadas. Um pouco distantes um do outro e bastante rígidos, eles olham para a frente, sem sorrir.

Nefertiti parece muito pequena ao lado do soberano, focada em seu papel como esposa real. Seu rosto, tratado em ocre claro, é redondo, quase infantil … É preciso reconhecer que aqui não reflete a beleza perfeita, o ideal feminino traduzido nos bustos que conhecemos e que transmitiam sua imagem real de ao redor do mundo, como seu nome Nefertiti se traduz: “A Beleza chegou”.

Akhenaton e Nefertiti
Detalhes Nefertiti. Louvre. Foto: Franck Raux.

Seus olhos amendoados são pintados de preto; a íris também, destacando-se do branco do olho. O nariz é pequeno, a boca fina é levemente inclinada nos cantos. As orelhas, livres, são decoradas com grandes brincos redondos.

Ela está usando uma coroa alta branca, com a parte superior plana cuja tinta azul desapareceu parcialmente. No centro, há um ureus, atributo real, em foma de serpente, símbolo de divindade. Seu pescoço é adornado com um imponente colar “ousekh” (amuleto) de várias fileiras, que deviam ter cores vivas, predominantemente o vermelho. Ela usa um lindo vestido longo e branco, de linho fino plissado,transparente, e grudado no corpo.

Akhenaton está usando o “khepresh” (coroa azul da vitória) anteriormente pintado de azul, com ureus enrolado em nó triplo. A fita direita da coroa é pintada de vermelho diretamente na placa dorsal da estatueta e tem a intenção de dar um movimento, como se estivesse voando com o vento.

“Akhenaton e Nefertiti”. Museu do Louvre. Foto: Rama.

Seu rosto é redondo e tratado de maneira bastante semelhante à da rainha, mas é melhor trabalhado. Um colar de “ousekh” com cinco linhas em fundo branco cobre todos os ombros e o peito, com um motivo de flores na linha perto do pescoço.

Seu corpo é colorido em ocre vermelho, sua barriga é proeminente com um umbigo, que curiosamente não é redondo, mas esticado horizontalmente. A tanga de linho, semi-longa, é bem e finamente plissada. Mantido amarrado por um cinto que cai está na frente em tiras vermelhas. Está usando sandálias feitas com grande precisão.

Akhenaton e Nefertiti
Detalhes Akhenaton. Louvre. Foto: Franck Raux.

Casais (reais ou particulares) que dão as mãos não são muito comuns na arte egípcia, mas existem desde o Reino Antigo.

As estátuas combinam perfeitamente com as convenções e estilo da arte amarniana: O cânone (padrão) das proporções do rei e rainha são semelhantes: Pescoço longo esticado para a frente e cabeça levantada.

Estão presentes também nessa arte peculiar deformações anatômicas: ombros estreitos, arredondados e apagados, busto muito curto, barriga, quadris e coxas inchadas, pernas e braços esbeltos.

Akhenaton e Nefertiti
“Akhenaton e Nefertiti”. Foto: Chr. Décamps.

Por detrás da estatueta, se encontra duas colunas em hieroglifos pintado em preto que também estabelece a estreita relação entre o Sol (Aton-Rá), o rei e a rainha.

Akhenaton e Nefertiti
“Akhenaton e Nefertiti”. Foto: Chr. Décamps.

“O faraó Neferkheperourrê-Ouaenrê (Akhenaton) e a rainha Neferou Itn Nefertiti recebem a vida do deus Aton”.

Conclusão:

No Egito, o rei sempre atuou como intermediário entre deuses e homens. No tempo de Akhenaton, o Sol, “sem corpo”, é representado apenas por sua manifestação visível, pelo deus solar (ou Ré) cuja manifestação visível na Terra é Aton, representado pelo soberano, como única personificação terrena. Para reforçar essa imagem, o faraó mudou de nome de Amenófis IV para Akhenaton (ou Aquenáton).

Localização no Louvre:

Antiguidades egipcianas. Novo Império ( “Le Nouvel Empire”).

Ala Sully, nível 1, sala 638, vitrine 2.

“Akhenaton e Nefertiti”. Louvre. Ala Sully, nível 1, sala 638, vitrine 2.

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Fonte: Site do Museu do Louvre.

6 Comentários


  1. COMO SEMPRE ARTIGO MARAVILHOSO ……VOCE SABE ABSOLUTAMENTE TUDO DO LOUVRE …..PARABENS ABS SILVIO E NEUSA

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  2. Tom Pavesi,seus artigos também são preciosidades !Obrigada

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  3. Parabéns, Tom Pavesi!
    Seus artigos são verdadeiras aulas! Aprendo muito.
    Obrigada por nós transmitir seus conhecimentos.

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  4. Obrigada pelas informações. Certamente vou considerar uma visita guiada ao Louvre na próxima vez que for a Paris.

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