Cour du Sphinx

Cour du Sphinx

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Cour du Sphinx (em português: Pátio da Esfinge), antigo “Cour de la Reine” (Pátio da Rainha) fazia parte dos aposentos da Ana da Áustria (1601-1666), esposa de Luís XIII (1610-16430), mãe de Luís XIV (1643-1715).

Foi construído em 1663, por Louis Le Vau (1612-1670), o mesmo arquiteto que projetou o Castelo de Versalhes (ler artigo) para o rei Luís XIV.

Recebeu esse nome pois durante algum tempo abrigou no século XIX, a famosa Sphinx de Tânis (ler artigo), exposta hoje na entrada do departamento egípcio na ala Sully, “Crypte du Sphinx”, entressolo, sala 338.

Sphinx de Tãnis
Sphinx de Tânis. Ala Sully, “Crypte du sphinx”, entressolo, sala 338, Louvre.

Foi coberta em 1934 por um telhado de vidro, para proteger antigas obras gregas e romanas expostas para o público.

Cour du Sphinx
Cour du Sphinx. Museu do Louvre.

Em 2018 foi fechada para servir como depósito em urgência para obras que se encontravam no subsolo, pois o Louvre corria risco de inundação. Reaberta em 11 de dezembro de 2019, abriga um dos conjuntos de obras gregas e romanas mais completas do museu. As mais relevantes são:

43 placas de mármore do século II a.C.

Retirada de uma da frisa jônica de 175 metros do templo de Ártemis Leucofriene na Magnésia do Meandro, antiga cidade grega desaparecida na província de Aidim, localizada na atual Turquia.

Cour du Sphinx
43 fragmentos do friso do templo de Ártemis Leucofriene, na Magnésia do Meandro.
Foto: Lucky B.

Dedicado a uma divindade local, Ártemis Leucofriene, a deusa “com as sobrancelhas brancas”, conhecida apenas pelos magnetos. O templo foi citado por Vitrúvio (80 a.C. a 15 a.C.) como obra do arquiteto Hermógenes (século III a.C.), construído por volta de 200 a.C. a 190 a.C.

Os baixos-relevos representam uma Amazonomaquia: Batalhas lendárias entre guerreiras Amazonas e gregos antigos. Hoje as placas estão divididas entre Paris (França), Istambul (Turquia) e Berlim (Alemanha).

Cour du Sphinx
Friso do templo de Ártemis Leucofriene, na Magnésia do Meandro, placa 13. Amazonomaquia. Foto: Museu do Louvre.

Capiteis de pilastras com acantos ou grifos datando do século II a. C.

Moldagem de uma capital de pilastra. Foto: Museu do Louvre.

Capitel corada com dois grifos , um de frente ao outro, e folhas de acanto. O original se encontra com a família Rothschild.

Bases de colunas do século II a. C.

Cour du Sphinx
Bases de colunas do século II a.C.

Bases de colunas colunas do templo de Apolo Delfínios esculpidas nos tempos imperiais romanos.

Escultura de Hércules e Télefo de Tivoli, do século II a.C.

Herácles (Hércules em romano) segurando seu filho Télefo” é uma escultura de mármore datando por volta de 130 d.C. encontrada em 1568, no Palácio “Villa d’Este”, em Tivoli (Itália), próximo a Roma, que provavelmente pertenceu ao imperador Adriano (76-138).

Cour du Sphinx

Em 1807, chegou na França, quando Napoleão Bonaparte I (1804-1814-1815) adquiriu a coleção Borghèse.

Retrata a história de Télefo, filho de Herácles (Hércules) e Auge, filha de Aleu, rei da Arcádia e Tégea, que após consultar o oráculo foi avisado que um dia essa criança quando adulto viria matar seus tios.

Auge seguindo a profecia, abandonou Télefo no monte Parthénion, no Peloponeso para ser criado por pastores de ovelhas e cervos. Hércules algum tempo depois o encontrou.

Télefo adulto, após várias complexas aventuras sobre sua vida, tornou-se rei de Mísia, que o levou a participar ao lado dos Gregos, da guerra contra Troia.

Segundo a lenda, Hércules derrotou o leão de Nemeia com uma clava, e fez da sua pele uma capa, e da cabeça do leão, seu capacete. Vemos na escultura uma forte musculatura, (típico do ideal de beleza e sensualidade masculina), e a criança (Télefo) querendo talvez abraçar o cervo que cuidou dele, que responde com um olhar (inicio do movimento na escultura).

Essa cópia romana do 2° século d.C. foi provavelmente derivada de uma escultura original do período helenístico.

Mosaico das estações d século IV d.C.

No centro da Cour du Sphinx, um esplêndido mosaico do seculo IV d.C. retratando as estações do ano, de uma vila romana em Antioquia (Turquia).

Cour du Sphinx
Mosaicos das estações do ano do século IV d.C. Foto: Hervé Lewandowski.

Em 1935, durante as escavões nas ruínas arqueológicas de Dafné, (atual Harbiye, na Turquia) foi encontrado este vasto tapete de mosaicos em forma quadrada (8 m x 8 m) que decorava o chão de um salão de recepção, provavelmente ao ar livre, de uma rica mansão romana. No centro devia haver uma fonte octogonal complementando a decoração suntuosa.

Um composição muito bem elaborada, herdeira da tradição grega dos períodos clássico e helenístico, compostas por uma vegetação exuberante servindo de pano de fundo para as quatro alegorias das estações do ano.

O Inverno (“Ktisis”), com a cabeça cercada por juncos e está coberta por um grande casaco.

O Printemps (“Ananéosis”) está representada por uma jovem mulher levemente vestida e coroada de flores.

A alegoria do Verão (“Evandria”) está usando o chapéu de ceifeira e carregando um maço de espigas de milho.

Quanto ao Outono (“Dunamis”) está segurando um cachecol cheio de frutas na frente dela.

Essas figuras enquadram quatro pinturas trapezoidais que ilustram cenas de caça. Duas delas reproduzem confrontos reais entre cavaleiros e animais selvagens, enquanto outro, emprestado da mitologia grega, mostra Meleagro e Atalante lutando com um leão. A quarta composição descreve uma cena de oferendas a Diane (Ártemis), em um santuário rústico.

A borda é decorada pelos mesmos temas, pontuadas por bustos femininos representando provavelmente as Virtudes.

Escultura gigante de Melpômene.

Melpômene a musa da tragédia é uma estátua colossal feminina realizada por volta de 50 a.C. em mármore por artista desconhecido, e uma das maiores do Louvre com 3,92 metros de altura.

Cour du Sphinx
Melpômene, a musa da Tragedia. Museu do Louvre.

Melpômene (a poetiza): musa do canto, da harmonia musical e da tragédia quando associada ao deus das festas, Dionísio. Representada nas pinturas e esculturas ricamente vestida usando botinas de couro, algumas vezes coroada com ramos de cipreste segurando em uma das mãos, um facão ensanguentado ou o bastão de Apolo ou a máscara da tragédia.

Foi representada vestida como uma longa túnica plissada, na maneira tradicional nas esculturas da Grécia antiga.

A Melpômene do Louvre foi descoberta em 1496, no Campo de Marte, em Roma, sem os braços, mas com a cabeça original. Deveria fazer parte do grupo de nove musas que decoravam o 1° edifício em pedra para espetáculo em Roma, o teatro de Pompeu. Quatro outras musas foram encontradas no final do século XVI.

Foi restaurada em 1782, por Giovanni Pierantoni que adicionou os antebraços e a máscara da tragédia.

A palavra Museu etimologicamente vem do grego, Museion, termo dado a um santuário que se encontrava no monte Helicon, na região da Beócia e Téspias, na Grécia, e onde viviam as nove Musas, filhas do rei dos deuses, Zeus e a deusa da memória, Mnemosine. Elas são as deusas das artes e das ciências, representadas cada uma com atributo particular.

A nove Musa tornaram-se com o tempo modelos de inspiração para os artistas e poetas retratarem sua mulher amada, sedutora e desejada. Além de Melpômene, são elas:

Calíope (a bela voz): Eloquência.

Clio (a proclamadora): História.

Erato (a amável): Poesia Lirica.

Euterpe (a doadora de prazeres): Música.

Polímnia (a de muitos hinos): Música Sacra.

Tália (que faz brotar flores): Comédia.

Terpsícore ou Terpsícora (a rodopiante): Dança.

Urânia (a celestial): Astronomia.

Localização “Cour du Sphinx”.

Antiguidade Gregas, Etrusca e Romanas.

Ala Denon, nível térreo, sala 419.

Cour do Sphinx. Ala Denon, nível 0 (térreo), sala 419.

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Fonte: Museu do Louvre.

3 Comentários


  1. Tom como sempre genial …..alegrou minha segunda de carnaval .Muito Muito obrigada …abs

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  2. Obrigada Tom Pavesi pela ótima leitura. Um feliz carnaval da paz.

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  3. Nossa Tom, adorei este artigo. Sou encantada com arte grega. Cada vez .sós você me instiga a voltar a Paris e com todos seu artigos, explorar o Louvre. Obrigada

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