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Sala das Cariátides no Louvre teve sua obra iniciada em 1546, pelo arquiteto Pierre Lescot (1515-1578) no final do reinado de Francisco I (1515-1547) e terminada somente 1551 pelo seu filho e sucessor Henrique II (1547-1559).
Por ordens do novo rei o andar térreo que era para ser a “Sala dos Guardas Suíços” foi modificado para ser um vasto salão de festas, Pierre Lescot eliminou a escada central que daria acesso aos andares superiores liberando assim uma grande aérea para circulação de pessoas, festas, banquetes, danças, reuniões políticas e encontros diversos.
Arquiteto de muito talento conseguiu dar formas as novas ideias de Francisco I realizando um edifício suntuoso, com um novo conceito para arquitetura inspirada no renascentismo italiano. A obra foi realizada num estilo totalmente diferente do que se conhecia até aquele momento, de tão diferente na época ficou conhecido como Ala Lescot.
A escada de acesso aos andares foi construída no lado norte (atrás das Cariátides) conhecida por: “Escalier Henri II“.
Ao mesmo tempo foi construído uma tribuna (mezanino) com capacidade para até 10 músicos. O escultor Jean Goujon (1510-1572) ocupou-se da decoração completa da sala, desde os detalhes esculpidos das paredes, do teto, palanque do rei, tribuna dos músicos e as quatro Cariátides que sustentam a tribuna dos músicos.
Sala das Cariátides no Louvre:
O nome Cariátides, significa literalmente em grego “moças de Karyai“. Cariés foi uma antiga cidade do Peloponeso (região da Lacônia), onde jovens mulheres virgens dançavam com cestos de juncos na cabeça no Templo Grego dedicado a deusa, Ártemis Karyatis.
Segundo o arquiteto romano Vitruve (80-15 a.C.), a representação das Cariátides como elemento decorativo nos templos tem origem na história sobre a população de Cariés, que após se aliarem aos invasores persas perderem a guerra para os gregos e por essa traição os homens foram massacrados e as mulheres tornaram-se escravas e obrigadas a carregar pesadas cargas para os seus donos.
As Cariátides (colunas) do Louvre foram esculpidas em 1551 pessoalmente por Jean Goujon, que mesmo nunca ter viajado para Grécia realizou suas esculturas somente com informações tiradas por leituras, onde se inspirou (ou copiou) nas Cariátides de Erecteion, da Acrópole de Atenas.
Todas elas carregam na cabeça uma base retangular, chamada na arquitetura de “entablamento”, que serve de apoio do peso da tribuna. Elas utilizam uma túnica colante e amarrada por um nó no meio do corpo.
Podemos notar transparências do tecido nos seios e nas pernas levemente dobradas. Simbolicamente podem representar a fertilidade, o amor e a paixão.
Na outra extremidade da sala, após passar pelo Arco do triunfo do rei, existia um piso elevado por três degraus, onde se encontrava o trono real. Espaço para discussões de assuntos de interesses do país, como decisões políticas, jurídicas e soberanas, separado dos divertimentos da corte.
A lareira monumental e as duas esculturas renascentistas de Jean Goujon, os baixos-relevos do brasão de Henrique IV (1589-1610) e a águia de Napoleão I (1804-1814/1815), símbolo do novo regime (1804), supremacia, poder e majestade foram restauradas no inicio do século XIX, por Francesco Belloni (1772-1863).
Em 1639, Jacques Lemercier (1585-1654), arquiteto de Luís XIII (1610-1643) teve que refazer a reconstrução do teto que estava em perigo de desmoronar.
Foi nesta sala que em 24 de outubro de 1658, Jean-Baptiste Poquelin ou simplesmente Molière (1622-1673) apresentou-se pela primeira vez com seu grupo teatral, para o rei Luís XIV (1643-1715).
Precisou encenar dois espetáculos seguidos, “Nicomède“, de Pierre Corneille (1606-1684) e “Le Docteur amoureux” (dele próprio, mas texto desaparecido) para convencer o rei a contratá-lo para animar e a divertir sua corte em suas fabulosas festas no Louvre e posteriormente no Palácio de Versalhes.
Depois que o rei Luís XIV trocou o Louvre por Versalhes, entre 1683 a 1793 (data da abertura do Museu Central das Artes), atual Museu do Louvre (ler história), ficaram expostas nesta sala todas as esculturas da coleção Real, conhecida como “Salle des Antiques“.
A partir de 1806, por ordens de Napoleão I (1804-11814/1815), o teto e as paredes foram restaurados pelos arquitetos Charles Percier (1764-1838) e Pierre Fontaine (1762-1853).
Sala das Cariátides no Louvre expõe atualmente cópias de antigas esculturas romanas executadas a partir de esculturas gregas que há muito tempo desapareceram. As três principais são:
- “Hermarphrodite endormi’’ ou Hermafrodito(a) adormecido(a).
- “Les Trois Grâces, divinités de la végétation et de la beauté, compagnes du dieu Apollon” ou “As Três Graças, divindades da vegetação e da beleza, companheiras do deus Apolo”.
- “Artémis à la biche” ou “Ártemis e a corça”
Localização no Louvre
Departamento de Antiguidades gregas, etrusca e romanas, Ala Suly, nível térreo, sala 348.
Gostaria de fazer uma visita guiada ao Louvre? Então clique no botão abaixo para mais informações e agendamento. Aguardo seu contato! Tom Pavesi.
Fonte: Museu do Louvre. Foto capa:
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Tom Pavesi, a cada artigo seu, a cada viagem pelo Louvre e suas magnificas obras, meu peito se enche de emoção. O que foi feito da arte nos dias atuais? Por onde andam os escultores ou não os temos mais? Muito obrigada por repartir todo esse conhecimento, e em tempos de reclusão por conta do virus, isso é um balsamo para a alma.
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Fiquei extasiada com tanta riqueza de detalhes e beleza. Como sempre, Tom Pavesi, você arrasou !
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Fantástico trabalho na transmissão do conhecimento. Parabéns, Tom Pavesi
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Tom Pavesi, obrigada por trazer essas preciosidades do Louvre até nós. Talvez tenhamos passado frente às esculturas ou pinturas aqui ilustradas e não nos tenhamos dado conta de seu valor artístico ou de curiosidades existentes. Você é um professor, sábio e eficiente, pois nos dá a informação na medida certa.Gosto muito de seus ensinamentos.
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Obrigado Jane, pelo seu simpático comentário e que me incentiva a continuar mostrando mais e mais as riquezas e as belezas expostas do Louvre. Abraços!