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São João Batista de Leonardo da Vinci, realizado provavelmente entre 1513 e 1516, é considerado como uma das maiores obras-primas do alto renascimento, período que se destacaram os grandes mestres (gênios) da pintura, como: Rafael (1483-1520), Michelangelo (1475-1574), Bramante (1444-1514), Andrea del Sarto (1486-1530), Correggio (1489-1534)…
Como na maioria das obras de Leonardo da Vinci são poucas as informações que chegaram a nós, sobre quem encomendou a obra, por qual motivo, e quem serviu de modelo, talvez seu protegido aluno, Salai (1480-1524).
Segundo alguns historiadores essa obra pode ter sido uma encomenda do Papa Leão X (1513-1521), para homenagear a cidade de Florença, que tem santo protetor João Batista.
Sabemos que em 1517 esteve exposta com mais duas obras, “A Virgem e o Menino com Santa Ana” e a “Mona Lisa”, no Castelo Clos-Lucé, onde morou Leonardo Da Vinci, na cidade de Amboise, no Vale do Loire.
Por volta de 1630, o camareiro de Luís XIII (1610-1643), duque de Liancourt, negociou o quadro com o rei da Inglaterra, Carlos I (1625-1649) que deu em troca dois quadros: “Portrait d’Erasme“, par Hans Holbein, o jovem (1497-1543) e a “Vierge à l’Enfant avec saint Jean Baptiste“, de Ticiano (1490-1576).
A obra, depois que Carlos I foi guilhotinado (1649) foi adquirida em 1651, pelo banqueiro e colecionador de artes, Everhard Jabach (1618-1695). Onze mais tarde (1662) revendeu ao rei da França, Luís XIV (1643-1715).
Descrição da obra “São João Batista” de Leonardo da Vinci:
Leonardo da Vinci adotou um retrato com fundo escuro, como em suas duas outras obras; “Dama com Arminho” (1485-1490), Museu Czartoryski, Cracóvia, Polônia, e “La Belle Ferronière” (1490-1495), Museu do Louvre, Paris, França. Inspirado talvez nessa nova moda que surgiu em Florença pelos pintores Antonello da Messina (1430-1479), Giovanni Bellini (1430-1516), Perugino (1448-1523) e Rafael (1483-1520).
A pintura devido a antigas restaurações ficou com o passar do tempo, completamente manchada e amarelada por causa das várias camadas de verniz oxidadas. A Cruz, a pele do leopardo e os detalhes dos cabelos não eram mais visíveis.
Poucas as pessoas conseguiam visualizar a Cruz pintada na penumbra do quadro.
Uma composição original e complexa, de luz e sombra, onde se destacam o rosto, o corpo, os braços, as mãos e uma simbólica Cruz no fundo do quadro. Esse movimento do corpo sólido e forte, para direita se contrapõe com o movimento do braço direito para esquerda e para o alto, um movimento em espiral criando uma certa vibração e comunicação aos nossos olhares.
Enquanto que o rosto e a expressão do enigmático sorriso tem uma delicada e misteriosa suavidade que parecem contradizer a personalidade de São João, abstêmio e intransigente pregador do deserto como descrito na Bíblia.
Com essa pintura Leonardo da Vinci foi mais longe com a técnica do “sfumato”.
Somente depois da restauração de 2016 que durou 10 meses, que toda a sutileza da composição pictórica e espiritual foi revelada como: a pele de leopardo, que veste São João Batista, os cabelos encaracolados, e a Cruz bem nítida.
Leonardo da Vinci talvez tente nos mostrar, mesmo de forma subliminar, que o caminho para a salvação dos homens esteja na Cruz, símbolo do sacrifício e da Paixão de Jesus Cristo. E o Santo João Batista como, o verdadeiro mensageiro de Deus.
Localização da Obra:
Departamento de Pinturas Italianas
Ala Denon, 1° nível, Grande Galeria, sala 710.
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Fonte: Museu do Louvre.
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Ótimo comentário!
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Muito obrigada por mais esta explicação, como sempre, muito interessante, de Da Vinci
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Muito interessante, obrigada Tom Pavesi .
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Muito grata!
Gostaria de ter acesso poder partilhar a pintura de Leonardo da Vinci
S.JOAO COM A CRUZ
OBRIGADA
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Obrigado!